O Office of Special Affairs (OSA), ou Escritório de Assuntos Especiais, é o departamento da Igreja da Cientologia responsável por lidar com assuntos externos, relações públicas, assuntos legais e, historicamente, operações de inteligência e ações contra críticos ou "inimigos" percebidos da organização. Foi criado em 1983 como sucessor do infame Guardian's Office (GO), que foi dissolvido após o escândalo da Operação Branca de Neve (Operation Snow White), a maior infiltração conhecida no governo dos EUA.
Aqui estão os pontos mais concretos e documentados sobre o OSA:
Funções oficiais (segundo a Cientologia)
- Relações públicas e mídia
- Assuntos legais (defesa em processos judiciais)
- Investigação e manejo de "ataques" à Igreja
- Proteção da imagem e marcas registradas de Cientologia (Dianética, L. Ron Hubbard, etc.)
Funções reais (segundo ex-membros, documentos judiciais e investigações)
- Intimidação de críticos e ex-membros
O OSA é acusado de conduzir campanhas sistemáticas de assédio contra jornalistas, ex-cientologistas, ativistas e até autoridades. Exemplos famosos:
- Paulette Cooper (jornalista): nos anos 70, o Guardian's Office (predecessor do OSA) tentou incriminá-la com cartas-bomba falsas (Operação Freakout). O OSA continuou monitorando-a por décadas.
- Operation Clambake (site crítico): tentativas de tirar do ar, processos judiciais, infiltração.
- Ex-membros como Leah Remini, Mike Rinder (ex-diretor do OSA), Amy Scobee e Marc Headley relatam que o OSA mantém dossiês extensos sobre críticos, incluindo informações pessoais, financeiras e familiares.
- Fair Game (continuação prática, apesar de oficialmente cancelada) A política "Fair Game" de L. Ron Hubbard (1967) permitia mentir, enganar, processar ou destruir críticos. Foi oficialmente cancelada em 1968 por pressão pública, mas documentos internos e testemunhos mostram que o OSA continuou aplicando-a de forma velada. Mike Rinder (ex-chefe do OSA) confirmou que a política nunca foi realmente abandonada — apenas renomeada.
- Infiltração e espionagem
- Após a Operação Branca de Neve (1970s), o OSA supostamente continuou práticas semelhantes em menor escala: infiltração em grupos críticos (ex.: Anonymous em 2008), monitoramento de fóruns, contratação de detetives particulares.
- Em 2010–2015, o OSA foi acusado de vigiar o próprio pai de David Miscavige (líder da Cientologia) com detetives particulares por meses quando ele tentou desertar.
- Estrutura e poder interno
- O OSA é um dos departamentos mais poderosos dentro da Sea Org (elite da Cientologia).
- Responde diretamente a David Miscavige e à RTC (Religious Technology Center).
- Tem redes internacionais (OSA International em Los Angeles, e unidades em cada continente).
- Usa empresas de fachada e detetives privados para manter distância da Igreja em ações legais.
- Casos judiciais recentes
- 2023–2025: No processo de estupro contra Danny Masterson e a Igreja da Cientologia (caso Bixler/Masterson), testemunhas e documentos mostraram que o OSA intimidou vítimas, obrigou-as a assinar acordos de silêncio e destruiu evidências (arbitragem interna).
- O caso de Valerie Haney (ex-Sea Org) revelou gravações secretas feitas pelo OSA dentro do próprio centro de arbitragem da Cientologia.
Resumo em uma frase pesada mas realista
O OSA é o braço de inteligência, jurídico e de repressão da Cientologia — oficialmente cuida de "assuntos externos", na prática funciona como uma máquina de proteção da organização a qualquer custo, incluindo assédio, processos abusivos, vigilância e tentativas de silenciar quem fala contra ela.
Ex-membros de alto escalão (Mike Rinder, Marty Rathbun, Jefferson Hawkins, etc.) e investigações jornalísticas (BBC Panorama, Tampa Bay Times, Tony Ortega’s Underground Bunker, série "Going Clear" e "The Aftermath") confirmam essa realidade com documentos, gravações e testemunhos sob juramento.
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