as tensões entre persas, otomanos, binzantinos, romanos, gregos, egipcios, e judeus ate ao seculo VI d.c. de um ponto de vista geopolitico

 As tensões geopolíticas entre os povos e impérios mencionados — persas, bizantinos, romanos, gregos, egípcios e judeus — até o século VI d.C. foram marcadas por disputas territoriais, controle de rotas comerciais (como o Mediterrâneo oriental, o Nilo e as fronteiras mesopotâmicas), rivalidades imperiais e influências religiosas e culturais. Nota importante: os otomanos surgiram apenas no final do século XIII, bem após o século VI d.C., por isso não fazem parte desse período histórico; talvez haja uma confusão com outros grupos, como os partos ou sassânidas (persas). Vou focar nas interações documentadas até cerca de 600 d.C., organizando por fases cronológicas e perspectivas geopolíticas, com base em fontes históricas.

Período Antigo (séculos VI-V a.C.): Tensões entre Persas, Gregos e Egípcios

Os persas, sob o Império Aquemênida (fundado por Ciro, o Grande, em 550 a.C.), expandiram-se agressivamente, criando tensões com gregos e egípcios pelo controle de territórios férteis e acessos marítimos.

  • Persas vs. Gregos (Guerras Greco-Persas, 499-449 a.C.): A raiz geopolítica foi a conquista persa de cidades gregas na Ásia Menor (Iônia) em 547 a.C., impondo tiranos e tributos, o que ameaçava a autonomia das cidades-estado gregas e suas rotas comerciais no Egeu. O apoio ateniense à Revolta Jônica (499-493 a.C.) provocou invasões persas: Dario I tentou conquistar a Grécia em 492-490 a.C. (derrota em Maratona), e Xerxes I em 480-479 a.C. (vitórias gregas em Termópilas, Salamina e Plateia). O resultado foi a independência grega, formação da Liga Délio-Ática sob Atenas e um tratado informal (Paz de Cálias, ~449 a.C.), limitando a influência persa no Egeu. Geopoliticamente, isso enfraqueceu a expansão persa para o oeste, mas permitiu aos persas manterem controle sobre a Ásia Menor, usando diplomacia para dividir os gregos internamente.
  • Persas vs. Egípcios (Conquista e Domínio, 525-404 a.C.): Cambises II invadiu o Egito em 525 a.C., derrotando Psamético III em Pelúsio, transformando-o em satrapia (província) persa para controlar o Nilo, grãos e rotas para o Mar Vermelho. Tensões surgiram de tributos pesados, interferência em templos (redução de recursos sob Cambises) e rebeliões locais, como a de Inaro II (460-454 a.C.), apoiada por atenienses. Dario I investiu em infraestrutura (canal do Suez), mas Xerxes I suprimiu revoltas nos anos 480 a.C., promovendo o zoroastrismo sobre deuses egípcios. O domínio terminou com a independência sob Amirteu em 404 a.C., explorando fraquezas persas. Geopoliticamente, o Egito serviu como base para campanhas persas contra gregos, mas rebeliões drenaram recursos imperiais.

Período Helenístico (séculos IV-II a.C.): Gregos, Egípcios e Elementos Persas

Após as conquistas de Alexandre, o Grande (331 a.C., derrubando os aquemênidas), o mundo helenístico dividiu-se, com tensões entre reinos gregos que incorporavam heranças persas.

  • Egípcios (Ptolemaicos, gregos) vs. Seleucidas (com elementos persas): O Reino Ptolemaico (Egito grego, 305-30 a.C.) disputou territórios com o Império Selêucida (Ásia Menor, Mesopotâmia e Pérsia, misturando gregos e persas). As Guerras Sírias (274-168 a.C.) focaram na Celessíria e Palestina: Ptolomeu I tomou essas áreas em 301 a.C., violando tratados, levando a invasões selêucidas. Vitórias ptolemaicas em Ráfia (217 a.C.) mantiveram controle, mas perdas em Panion (200 a.C.) transferiram regiões aos selêucidas. Geopoliticamente, isso envolvia alianças navais e econômicas, com o Egito exportando grãos e os selêucidas controlando rotas da seda persa.
  • Judeus sob Influências Gregas e Persas: Sob persas aquemênidas (539-331 a.C.), Ciro permitiu o retorno judeu do exílio babilônico, reconstruindo o Templo de Jerusalém (geopolítica tolerante para estabilidade fronteiriça). Com helenísticos, tensões cresceram sob selêucidas: Antíoco IV profanou o Templo (167 a.C.), levando à Revolta dos Macabeus (167-160 a.C.), estabelecendo independência judaica (Reino Hasmoneu) até a conquista romana em 63 a.C.

Período Romano (séculos I a.C.-IV d.C.): Romanos, Persas, Judeus e Egípcios

Roma emergiu como potência, anexando territórios e criando rivalidades de longa duração.

  • Romanos vs. Persas (Guerras Romano-Persas, 54 a.C.-século VI d.C.): Iniciadas com partos (sucessores persas), focaram em fronteiras na Mesopotâmia, Armênia e Síria. Derrotas romanas em Carras (53 a.C.) e Edessa (260 d.C., captura de Valeriano por Sapor I) alternaram com vitórias como Trajano capturando Ctesifonte (116 d.C.). Com sassânidas (a partir de 224 d.C.), Ardeshir I e Sapor II invadiram Síria; Juliano morreu em campanha (363 d.C.). Geopoliticamente, disputas por estados-tampão (Armênia, Ibéria) e rotas comerciais exauriram ambos, com tratados como o de Nisibis (299 d.C.) trocando territórios. Até o século VI, proxy wars com árabes (lacmidas vs. gassânidas) e hunos mantiveram instabilidade.
  • Romanos vs. Judeus (Guerras Judaico-Romanas, 66-135 d.C.): Tensões de anexação romana da Judeia (6 d.C.), com censos e violações religiosas (Calígula querendo estátua no Templo). A Grande Revolta (66-73 d.C.) viu zelotes controlarem Jerusalém, mas Tito destruiu o Templo (70 d.C.), com 1 milhão de mortes estimadas. A Revolta de Kitos (115-117 d.C.) espalhou-se para Egito e Chipre; Bar Kokhba (132-135 d.C.) criou estado breve, mas Hadriano renomeou Judeia como Síria Palestina, expulsando judeus. Geopoliticamente, Roma visava integrar a província para rotas orientais, mas rebeliões forçaram dispersão judaica (diáspora).
  • Egípcios sob Romanos: Anexado em 30 a.C. após Actium (Cleópatra VII e Marco Antônio vs. Otaviano), o Egito tornou-se província pessoal do imperador para grãos. Tensões menores com revoltas locais (ex.: Boudica no Egito? Não, mas revoltas judaicas no Egito em 115-117 d.C.), mas integração geral via Alexandria como hub comercial.

Período Bizantino (séculos IV-VI d.C.): Bizantinos, Persas e Judeus

Bizâncio (Império Romano do Oriente, a partir de 330 d.C.) continuou rivalidades romanas.

  • Bizantinos vs. Persas (Guerras Bizantino-Sassânidas, até século VI): Sob Justiniano I (527-565 d.C.), guerras como a Ibérica (524-532 d.C.) e Lázica (540-562 d.C.) focaram no Cáucaso e Mesopotâmia; Cosroes I saqueou Antioquia (540 d.C.). Tratados como a Paz Eterna (532 d.C.) envolviam tributos romanos. Geopoliticamente, controle de fronteiras (Eufrates, Tigre) e alianças contra hunos; exaustão mútua pavimentou conquistas árabes pós-600 d.C.
  • Bizantinos vs. Judeus: Restrições legais sob Teodósio (404-527 d.C.) e Justiniano: proibições de cargos públicos, escravos cristãos e novas sinagogas; subordinação religiosa (Páscoa após Páscoa cristã). Tensões geopolíticas eram menores, focando em integração imperial, mas pragmáticas devido a comunidades judaicas na Palestina e diáspora.

Em resumo, essas tensões moldaram o Oriente Médio antigo: persas como expansores imperiais, gregos e romanos/bizantinos como defensores ocidentais, egípcios como pivô econômico, e judeus em busca de autonomia. O equilíbrio de poder oscilou, mas guerras constantes enfraqueceram todos, facilitando mudanças no século VII. Para detalhes específicos, recomendo fontes como Heródoto ou Flávio Josefo.

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